A CEDAE, a Geosmina, o Rio

 É BOSTA OU ÁGUA

 

O Carioca hoje vive numa sinestesia saborosíssima. Quando acha que bebe água, na verdade, bebe bosta. Quando sai sua bosta, sai tudo meio aguado. Você é aquilo que você ingere, e, hoje em dia, estamos todos uma bosta só.

 

Cansado de ser bosta, o Sr. Meu Pai, homem desocupado - mas probo - cozinheiro nas horas vagas, íntimo das químicas do fogão, bolou um plano infalível, em execução há mais de um ano: ferver a bosta aguada da CEDAE, diariamente, por 15 minutos.

 

Quando o humor é bom, ainda rola uma espremida de limão, para dar acidez e matar de fato os "germesminas", seres invisíveis presente nesse líquido mortal que nem Ras Al-Ghul teria coragem de usar para envenenar a corrupta Gotham City.

 

A dura verdade é que morar no Rio de Janeiro implica fazer diversas concessões ilógicas, como aceitar beber merda para viver perto da praia; aceitar o risco da violência para viver na Zona Sul e aceitar viver com psicopatas que votam nuns mentecaptos para governarem a cidade.

 

A boa nova de hoje é que a nobilíssima CEDAE, em uma manobra digna de Pinky, O Cérebro, finalmente agiu para solucionar o problema "das minas", travando o Guandu.

 

Só que tudo deu errado: ao invés de bosta, agora beberemos mercúrio, item peremptoriamente mortal que, ora, vejamos pelo lado bom, ao menos tem um cheirinho mais gostoso de metal ferruginoso.

 

Me pergunto qual será a próxima concessão a ser feita para morar no Rio de Janeiro, caso estejamos vivos. Quem sabe, de uns meses aqui pra frente, todos teremos de tomar banho "Golden Shower", como bem gosta o presidente Bolsonaro. Alguns irão dizer que faz bem pra saúde.


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